terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

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O Turismo E seus conceitos

O termo turismo é originário da palavra francesa tour – que quer dizer viagem circular, derivada do latim tornare – girar, arredondar. O fenômeno turístico está relacionado com as viagens, com a visita a um local diverso de residência das pessoas. Assim, o turismo em termos históricos se iniciou quando o homem deixou de ser sedentário e passou a viajar, principalmente motivado pela necessidade de comércio com outros povos. É aceitável, portanto admitir que o turismo de negócios antecedeu o turismo de lazer. Como se vê, o hábito de viagens para outras localidades, por inúmeros motivos, é um fenômeno antigo na história da humanidade.

O conceito de turismo é uma matéria bastante controversa segundo os autores que tratam deste assunto. O turismo está relacionado com viagens, porém não são todas as viagens que são consideradas como turismo.


A OMT – Organização Mundial do Turismo define turismo como “o deslocamento para fora do local de residência por período superior a 24 horas e inferior a 60 dias motivados por razões não-econômicas”.


Já em 1910, o economista austríaco Herman Von Schullard definia o turismo como “a soma das operações, especialmente as de natureza econômica, diretamente relacionada com a entrada, a permanência e o deslocamento de estrangeiros para dentro e para fora de um país, cidade ou região”.


Robert McIntosh afirmou que: “Turismo pode ser definido como a ciência, a arte e atividade de atrair e transportar visitantes, alojá-los e, cortesmente, satisfazer suas necessidades e desejos”.

Lazer e Turismo na Historia


O lazer e o turismo são fenômenos que vêm ganhando um peso cada vez maior no quotidiano da vida moderna. De elementos da vida aristocrática, reservados aos integrantes do topo da pirâmide sócio-econômica das sociedades pré-modernas* , o lazer e o turismo tornaram-se acessíveis a um público cada vez mais extenso, graças aos processos de democratização ocidental (como a Revolução Francesa e a Revolução Americana) e ao progresso tecnológico e organizacional, que aumentou a produtividade, reduziu custos e as jornadas de trabalho e elevou o nível de recursos disponíveis para consumo discricionário (inclusive de tempo) em mãos de camadas cada vez mais amplas da sociedade.

No século XX, o lazer e o turismo tornaram-se atividades de massas, trazendo à tona, assim, muitas oportunidades de novos negócios; e passaram a ser objeto de investimentos e administração profissionais. Após a Segunda Guerra, atingiram um patamar de crescimento que fez com que, do ponto de vista econômico, passassem a ser considerados como "indústrias". Atualmente a indústria e os serviços ligados ao lazer e ao turismo estão entre os campeões de crescimento, alinhando-se seguramente entre os mais promissores para o futuro.

A "indústria" de viagens e turismo é uma das mais desenvolvidas em todo o mundo. Segundo a estimativa do WTTC - WORLD TRAVEL TOURISM COUNCIL** , em 1999 a "indústria" de viagens e turismo está empregando direta e indiretamente 200.000.000 pessoas no mundo, o que eqüivale a dizer que mais 8% do total de empregos existentes estão passando a depender desse setor; cerca de 1/3 desses empregos estão sendo gerados diretamente por essa indústria ; os outros 2/3 advêm do efeito catalisador que ela tem sobre outros setores, como varejo e construção civil. Até o ano 2010, ela estará servindo de base à criação de cerca de 5.500.000 de empregos por ano.

Em termos de produção bruta, a expectativa do WTTC é que em 1999 a indústria de viagens e turismo gere cerca de 3,5 trilhões de dólares de GWP ("PIB" internacional), eqüivalendo a 11,7% do GWP.

Ela responde por 13% dos gastos dos consumidores em todo o mundo, só perdendo para os gastos com alimentação; Os gastos dos turistas internacionais deverão chegar a 8% do total de exportações no mundo até o fim de 1999, tendo ainda um impacto adicional nos bens relacionados a viagens e turismo. O GWP ligado a viagens e turismo deverá aumentar 3% ao ano em termos reais.

No que diz respeito a receitas tributárias, a indústria de viagens e turismo deverá permitir uma arrecadação de US$ 350 bilhões em impostos (diretos e indiretos).

* Cf. Elias, Norbert. La societé de cour (tradução francesa) Paris, Flammarion, 1985 (1ª ed. alemã 1969). Ver também VEBLEN, Thorstein. Teoria de la Clase Ociosa. (trad. espanhola.) Mexico, FCE, 1966 (1ª ed. em inglês, 1899).

** Fonte: WTTC Key Statistics , Março de 1999.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

A Importancia do Turismo

A Importância do Turismo Sustentável

A Sócio - economia apresenta os Princípios do Turismo Sustentável e os seus Enunciados. Os princípios abaixo são ideais filosóficos que norteiam o funcionamento dos negócios do mercado de turismo sustentável e suas inter-relações com o os sistemas social e ambiental directamente envolvidos.

A sustentabilidade do turismo é o resultado almejado na busca do equilíbrio ambiental, da justiça social e da viabilidade económica, nos processos que compõem o turismo como indústria. Isto, na perspectiva de que o turismo contribui para garantir às actual e próximas gerações, bem como a manutenção ou a melhoria destes aspectos.

A Coluna Mundo Ambiental, nessa semana, vai apresentar os Princípios do Turismo Sustentável e os seus Enunciados. Os princípios abaixo são ideais filosóficos que norteiam o funcionamento dos negócios do mercado de turismo sustentável e suas inter-relações com o os sistemas social e ambiental directamente envolvidos.

A sustentabilidade do turismo é o resultado almejado na busca do equilíbrio ambiental, da justiça social e da viabilidade económica, nos processos que compõem o turismo como indústria. Isto, na perspectiva de que o turismo contribui para garantir às actual e próximas gerações, bem como a manutenção ou a melhoria destes aspectos.

Primeiro Princípio: Respeito à Legislação Vigente

O turismo deve respeitar a legislação vigente, em todos os níveis, no país e as convenções internacionais de que o país é signatário.

Segundo Princípio: Garantir os Direitos das Populações Locais

O turismo deve buscar e promover mecanismos e ações de responsabilidade social, ambiental e de equidade económica, inclusive o respeito e a defesa dos direitos humanos e de uso da terra, mantendo ou ampliando, a médica, inclusive o respeito e a defesa dos direitos humanos e de uso da terra, mantendo ou ampliando, a médio e longo prazos, a dignidade dos trabalhadores e comunidades envolvidas.

Terceiro Princípio: Conversar o Ambiente Natural e sua Biodiversidade

Em todas as fases de implantação e operação, o turismo deve adotar práticas de mínimo impacto sobre o ambiente natural, monitorizando e mitigando efectivamente os impactos, de forma a contribuir para a manutenção das dinâmicas e processos naturais em seus aspectos paisagísticos, físicos e biológicos, considerando o contexto social e económico existente.

Quarto Princípio: Considerar o Património Cultural e Valores Locais

O turismo deve reconhecer e respeitar o património histórico-cultural das regiões e localidades receptoras e ser planeado, implementado e gerido em harmonia às tradições e valores culturais, colaborando para seu desenvolvimento.

Quinto Princípio: Estimular o Desenvolvimento Social e Económico dos Destinos Turísticos

O turismo deve contribuir para o fortalecimento das economias locais, a qualificação das pessoas, a geração crescente de trabalho, emprego e renda, e o fomento da capacidade local de desenvolver empreendimentos turísticos.

Sexto Princípio: Garantir a Qualidade dos Produtos, Processos e Atitudes

Sexto Princípio: Garantir a Qualidade dos Produtos, Processos e Atitudes

O turismo deve avaliar e atender às expectativas do turista estabelecendo, documentando, divulgando e reconhecendo padrões de higiene, segurança, informação, educação ambiental e atendimento.

Sétimo Princípio: Estabelecer o Planeamento e a Gestão Responsáveis

O turismo deve estabelecer procedimentos éticos na gestão de negócios, visando engajar a responsabilidade social, económica e ambiental de todos os integrantes da actividade, incrementando o comprometimento do seu pessoal, fornecedores e turistas com a sustentabilidade dos destinos e do próprio negíco desde a elaboração de sua missão, objetivos, estratégias, metas, planos e processos de gestão, de forma documentada.

Depois de conhecidos os Princípios para o Turismo Sustentável, cabe às autoridades, membros do trade turístico (operadoras, agências, proprietários de hotéis e outros empresários do turismo) e aos próprios turistas, respeitarem essas regras e consequentemente contribuirem com a conservação do meio ambiente.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Organização Mundial de Turismo (OMT)

A Organização Mundial de Turismo (OMT) é uma agência especializada das Nações Unidas e a principal organização internacional no campo do turismo. Funciona como um fórum global para questões de políticas turísticas e como fonte de conhecimento prático sobre o turismo.
Sua sede é em Madrid, Espanha. Em 2005, a OMT conta como membros 145 países, 7 territórios e mais de 300 Membros Afiliados, representando o setor privado, instituições educacionais, associações e autoridades locais de turismo.
Sua origem remonta ao Congresso Internacional de Associações Oficiais de Tráfego Turístico, realizado em 1925 na cidade de Haia, Holanda. Após a Segunda Guerra Mundial, foi rebatizada como União Internacional de Organizações Oficiais de Viagens (IUOTO) e transferida para Genebra. A IUOTO era uma organização não-governamental que chegou a reunir 109 Organizações Nacionais de Turismo e 88 membros associados dos setores público e privado. Em 1974, seguindo uma resolução da Assembléia Geral das Nações Unidas, foi transformada em um órgão intergovernamental. Em 2003, tornou-se uma agência especializada das Nações Unidas.

Estrutura e funcionamento
Os órgãos da OMT são:

  • Assembleia Geral: Órgão supremo da OMT reúne todos os dois anos para aprovar o orçamento, o programa de trabalho e discutir os assuntos de capital importância para o sector turístico. A Assembleia-geral tem como órgãos subsidiários seis Comissões Regionais.
  • Conselho Executivo: Órgão de direcção da OMT, ao qual compete acompanhar a execução do programa de trabalho e orçamento da Organização. Reúne duas vezes por ano e é composto por 28 membros eleitos em Assembleia-Geral, mais a Espanha onde está sedeada a Organização. O Conselho Executivo tem como órgãos subsidiários oito Comités.
  • Comissões Regionais:
  • Comités
  • Secretariado: Dirigido pelo Secretário-geral, funciona em Madrid e é composto por cerca de seis dezenas de funcionários a tempo completo.

As línguas oficiais da Organização são o francês, o inglês, o espanhol e o russo.

Tipos de Turismo

Segundo a OMT, dependendo de uma pessoa estar em viagem para, de ou dentro de um certo país, as seguintes formas podem ser distinguidas:

Turismo receptivo - quando não-residentes são recebidos por um país de destino, do ponto de vista desse destino.
Turismo emissivo - quando residentes viajam a outro país, do ponto de vista do país de origem.
Turismo doméstico - quando residentes de dado país viajam dentro dos limites do mesmo.

Turismo receptivo

O turismo receptivo é o conjunto de bens, serviços, infra-estrutura, atrativos, etc, pronto a atender as expectativas dos indivíduos que adquiriram o produto turístico. Trata-se do inverso do turismo emissivo. Corresponde à oferta turística, já que se trata da localidade receptora e seus respectivos atrativos, bens e serviços a serem oferecidos aos turistas lá presentes.
O turismo receptivo, para se organizar de modo que seja bem estruturado, deve ter o apoio de três elementos essenciais para que esse planejamento seja executado com sucesso.
São eles:
  • Relação turismo e governo em harmonia;
  • Apoio e investimentos dos empresários;
  • Envolvimento da comunidade local.

A partir da inter-relação desses elementos é que pode nascer um centro receptor competitivo, lembrando que eles são apenas os essenciais, mas não os diferenciais, uma vez que é o diferencial que fará com que o turista se desloque até esse possível centro.


Nesse centro receptor, além de haver esses três elementos de fundamental importância para a formação do produto turístico, também devem haver outros que devem estar presentes na localidade. Alguns deles: Atrativos naturais e histórico/culturais; acessos; marketing; infraestrutura básica e complementar; condições de vida da população local; posicionamento geográfico; entre outros.

Listagem de segmentos do mercado turístico

A seguir apresenta-se uma listagem dos diversos tipos do mercado turistico, dividido segundo as suas caracteristicas, de forma a podermos ter uma ideia mais global do que é o mercado turístico:

De acordo com a faixa etária



*Turismo infanto-juvenil
*Turismo de meia idade
*Turismo da melhor idade


De acordo com o nível de renda



*Turismo popular
*Turismo de classe média (Turismo de massa)
*Turismo de luxo


De acordo com o meio de transporte


*Turismo aéreo
*Turismo rodoviário
*Turismo ferroviário
*Turismo marítimo
*Turismo fluvial
*Turismo espacial
*Cicloturismo

De acordo com a duração



*Turismo de curta duração
*Turismo de média duração
*Turismo de longa duração


De acordo com a distância do mercado consumidor


*Turismo local
*Turismo regional
*Turismo nacional
*Turismo continental
*Turismo intercontinental


De acordo com o tipo de grupo



*Turismo individual
*Turismo de casais
*Turismo de famílias
*Turismo de grupos
*Turismo GLS ou GLBT
*Turismo de solteiro

De acordo com sentido do fluxo turístico


*Turismo emissivo
*Turismo receptivo


De acordo com a geografia o destino



*Turismo de praia
*Turismo de montanha
*Turismo de campo
*Turismo de neve


De acordo com aspectos culturais



*Turismo cultural
*Turismo étnico
*Turismo religioso
*Turismo de peregrinação
*Turismo histórico
*Turismo educacional
*Turismo científico
*Turismo espacial
*Turismo astronômico
*Turismo de congresso
*Turismo de intercâmbio
*Turismo gastronômico


De acordo com a urbanização do destino



*Turismo de metrópoles
*Turismo de pequenas cidades
*Turismo rural
*Enoturismo
*Agroturismo
*Turismo de áreas naturais
*Ecoturismo
*Turismo de caça


De acordo com a motivação



*Turismo de negócios
*Turismo de compras (consumo)
*Turismo de incentivo
*Turismo de eventos
*Turismo de lazer
*Turismo balnear
*Turismo de sol e mar
*Turismo termal
*Turismo náutico
*Turismo de férias
*Turismo de repouso
*Turismo de saúde
*Turismo médico
*Turismo termal
*Turismo de montanha
*Turismo desportivo
*Turismo de aventura
*Turismo de pesca
*Turismo sexual

Origem do Turismo

Embora não haja uma definição única do que seja Turismo, as Recomendações da Organização Mundial de Turismo/Nações Unidas sobre Estatísticas de Turismo o definem como "as atividades que as pessoas realizam durante suas viagens e permanência em lugares distintos dos que vivem, por um período de tempo inferior a um ano consecutivo, com fins de lazer, negócios e outros."
Turista é um visitante que desloca-se voluntáriamente por período de tempo igual ou superior a vinte e quatro horas para local diferente da sua residência e do seu trabalho sem, este ter por motivação, a obtenção de lucro.

Evolução Histórica

Idade Antiga
Na História da Grécia Antiga, dava-se grande importância ao turismo e para o tempo livre em que dedicavam à cultura, diversão, religião e esporte. Os deslocamentos mais destacados eram os que se realizavam com a finalidade de assistir as olimpíadas (que ocorriam em cada 4 anos na cidade de Olímpia), Aonde iam milhares de pessoas e misturando religião e deporto. Também existiam peregrinações religiosas, como as que se dirigiam aos oráculos de Delfos e o Oráculo de Dódona.
Durante o Império Romano os romanos freqüentavam águas termais (como as das termas de Caracalla), eram assíduos em grandes espetáculos, como os teatros, e realizavam deslocamentos habituais para a costa (muito conhecidos como o caso de uma vila de férias a orillas del mar). Estas viagens de prazer foram possivelmente devido a três fatores fundamentais: a ‘’Pax Romana’’, o desenvolvimento de importantes vias de tráfego e a prosperidade econômica que possibilitou a alguns cidadãos meios econômicos e tempo livre.

Idade Média

Peregrino em Meca
Durante a Idade Média ocorreu em um primeiro momento um retrocesso devido ao maior número de conflitos e a recessão econômica, entretanto surge nesta época um novo tipo de viagem, as peregrinações religiosas. Embora já tenha existido na época antiga e clássica, entretanto o Cristianismo como o Islã estenderam a um maior número de peregrinos e deslocamentos ainda maiores. São famosas as expedições desde Veneza a Terra Santa e as peregrinações pelo Caminho de Santiago (dês de 814 em que se descobriu à tumba do santo), foram continuas as peregrinações de toda Europa, criando assim mapas e todo o tipo de serviço para os viajantes. Quanto ao Turismo Islâmico de Hajj a peregrinação para Meca e um dos cinco Pilares do Islamismo obrigando a todos os crentes a fazerem esta peregrinação ao menos uma vez em sua vida.

Idade Moderna
As peregrinações continuam durante a Idade Moderna. Em Roma morrem 1.500 peregrinos por causa da peste.
E neste momento quando aparecem os primeiros alojamentos com o nome de hotel (palavra francesa que designava os palácios urbanos). Como as viagens das grandes personalidades acompanhadas de seu séqüito, comitivas cada vez mais numerosas, sendo impossível alojar a todos em palácio, ocorre à criação de novas edificações hoteleiras.

Esta é também a época das grandes expedições marítimas de espanhóis, britânicos e portugueses que despertam a curiosidade e o interesse por grandes viagens.
Ao final do século XVI surge o costume de mandar os jovens aristocratas ingleses para fazerem um gran-tour ao final de seus estudos, com a finalidade de complementar sua formação e adquirir certas experiências. Sendo uma viagem de larga duração (entre 3 e 5 anos) que se fazia por distintos países europeus, e de desta atividade nascem as palavras: turismo, turista, etc.
Existindo um ressurgir das antigas termas, que haviam decaído durante a Idade Média. Não tendo somente como motivação a indicação medicinal, sendo também por diversão e o entretenimento em estâncias termais como, por exemplo, em Bath (Inglaterra). Também nesta mesma época data o descobrimento do valor medicinal da argila com os banhos de barro como remédio terapêutico, praias frias (Niza,…) onde as pessoas iam tomar os banhos por prescrição médica.

Idade Contemporânea

Com a Revolução Industrial se consolida a burguesia que volta a dispor de recursos econômicos e tempo livre para viajar. O invento do maquinário a vapor promove uma revolução nos transportes, que possibilita substituir a tração animal pelo trem a vapor tendo as linhas férreas que percorrem com rapidez as grandes distâncias cobrindo grande parte do território europeu e norte-americano. Também o uso do vapor nas navegações reduz o tempo dos deslocamentos.

Inglaterra torna-se a primeira a oferecer passagens de travessias transoceânicas e dominam o mercado marítimo na segunda metade do século XIX, o que favorecerá as correntes migratórias européias para a América. Sendo este o grande momento dos transportes marítimos e das companhias navais.
Começa a surgir na Europa o turismo de montanha ou saúde: se constroem famosos sanatórios e clínicas privadas européias, muitos deles ainda existem como pequenos hotéis guardando ainda um certo charme. É também nesta época das praias frias (Costa azul, Canal da Mancha,…).
Thomas Cook

Em 1841 Thomas Cook, considerado o pai do Turismo Moderno, promove a primeira viagem organizada da historia. Mesmo tendo sido um fracasso comercial é considera como um rotundo sucesso em relação a organização do primeiro pacote turístico, pois se constatou a enorme possibilidade econômicas que, este negócio, poderia chegar a ter como atividade, criando assim em 1851 a Agência de Viagens “Thomas Cook and son”.
Em 1867 inventa o bono o “voucher”, documento que permite a utilização em hotéis de certos serviços contratados e propagados a través de uma agência de viagens.
Henry Wells e William Fargo criam à agência de viagens American Express que inicialmente se dedica ao transporte de mercadorias e que posteriormente se converte em uma das maiores agências do mundo. Introduzindo o sistema de financiamento e emissão de cheques de viagem, como por exemplo o travel-check (dinheiro personalizado feito com papel moeda de uso corrente que protege o viajante de possíveis roubos e perdas).

Cesar Ritz
Cesar Ritz é considerado pai da hotelaria moderna. Desde muito jovem ocupou todos os postos de trabalho possíveis em um hotel até chegar a gerente de um dos maiores hotéis de seu tempo. Melhorou todos os serviços do hotel, criou a figura do sumiller, introduziu o banheiro nas unidades habitacionais (UHs) criando as suítes, revolucionando a administração. (converteu os hotéis decadentes nos melhores de Europa, o que lhe gerou o pseudônimo de “mago”).
Ao explodir da Primeira Guerra Mundial no verão de 1914 acredita-se que havia aproximadamente 150.000 turistas americanos na Europa.
Ao finalizar a guerra começa a fabricação em massa de ônibus e carros. Nesta época as praias e os rios se convertem em centros de turismo na Europa começando a adquirir grande importância o turismo costeiro.
O avião, utilizado por minorias em longas distancias, vai se desenvolvendo timidamente para acabar impondo-se sobre as companhias navais.
A crise de 1929 repercute negativamente em todo o setor turístico limitando seu desenvolvimento ate aproximadamente 1932.
A Segunda Guerra Mundial paralisa absolutamente o setor em todo o mundo e seus efeitos se estendem ate o não de 1949.

O “boom” turístico

Entre 1950 e 1973 se inicia a falar de “boom” turístico. O turismo internacional cresce a um ritmo superior ao de toda a sua história. Este desenvolvimento é conseqüência da nova ordem internacional, a estabilidade social e o desenvolvimento da cultura do ócio no mundo ocidental. Nesta época se começa a legislar sobre o setor.

A recuperação econômica, especialmente da Alemanha e do Japão, foi uma assombrosa elevação dos níveis de renda destes países e fazendo surgir uma classe média estável que começa a interessar-se por viagens.
Entretanto com a recuperação elevando o nível de vida de setores mais importantes da população dos países ocidentais. Surge a chamada sociedade do bem-estar que uma vez com as suas necessidades básicas atendidas passa a buscar o atendimento de novas necessidades. Aparecendo neste momento a formação educacional e o interesse por viajar e conhecer outras culturas. Por outra parte a nova legislação trabalhista adotando a semana inglesa de 5 dias de trabalho, a redução da jornada de 40 horas semanais, a ampliação das coberturas sociais (jubilación, desemprego, invalidez,…), potencializam em grande medida o desenvolvimento do ócio e do turismo.
Também estes são os anos em que se desenvolvem os grandes núcleos urbanos e se evidencia a massificação, surge também o desejo de evasão, escapar da rotina das cidades e descansar as mentes da pressão.
Nestes anos se desenvolve a produção de carros em serie o que permite acesso cada vez maior a população deste bem, assim com a construção de mais estradas, permite-se um maior fluxo de viajantes. De fato, a nova estrada dos Alpes que atravessa a Suíça de norte a sul supondo a perda da hegemonia deste país como núcleo receptor, pois eles iam agora cruzar a Suíça para dirigir-se a outros países com melhor clima.
A evasão é substituída pela recreação, o que se supõem um golpe definitivo para as companhias navais, que se vêem obrigadas a destinar seus barcos a os cruzeiros.
Todos estes fatores nos levam a hera da estandardização padronizando os produtos turísticos. Os grandes operadores turísticos lançam ao mercado milhões de pacotes turísticos idênticos. Na grande maioria utiliza-se de vôos charter, que barateiam o produto e o popularizam. No principio deste período (1950) havia 25 milhões de turistas, e ao finalizar (1973) havia 190 milhões.
No obstante esta etapa também se caracteriza pela falta de experiência, o que implica nas seguintes conseqüências. Como a falta de planejamento (se constrói sem fazer nenhuma previsão mínima da demanda ou dos impactos ambientais e sociais que se podem surgir com a chegada massiva de turistas) e o colonialismo turístico (existe uma grande dependência dos operadores estrangeiros estadunidenses, britânicos e alemães fundamentalmente).
Nos anos 70 a crise energética e a conseqüente inflação, especialmente sentida no setor dos transportes ocasionam um novo período de crise para a industria turística que se estende até 1978. Esta recessão implica em uma redução da capacidade de abaixar os custos e preços para propor uma massificação da oferta e da demanda.

Nos anos 80 o nível de vida se volta a elevar-se e o turismo se converte no motor econômico de muitos países. Esta aceleração do desenvolvimento ocorre devido a melhoria dos transportes com novos e melhores aviões da Boeing e da Airbus, trens de alta velocidade e a consolidação dos novos charter, Também observa-se um duro competidor para as companhias regulares que se vem obrigadas a criar suas próprias filiares charter.
Nestes anos se produz uma internacionalização muito marcante das grandes empresas hoteleiras e das operadoras. Buscam novas formas de utilização do tempo livre (parques temáticos, deporte, resorts, saúde,…) e aplicando, ainda mais técnicas de marketing, pois o turista tem cada vez mais informação e maior experiência, buscando novos produtos e destinos turísticos, o que gera uma forte competição entre eles.
A possibilidade de utilização de ambientes multimedia na comunicação transformarão o sector, tornando o dsigner dos produtos, a prestação do serviço, a comercialização dos mesmos de uma maneira mais fluida.
Nos anos 90 ocorre grandes acontecimentos, como a queda dos regimes comunistas europeus, a Guerra do Golfo, a unificação Alemanha, a guerra iugoslava, etc., que incidem de forma direta na historia do turismo. Trata-se de uma etapa de amadurecimento do setor que seguiu crescendo, sendo que de uma maneira mais moderada e controlada.

Os significativos problemas desta época ocasionaram limitações à capacidade receptiva gerando a necessidade de adequar a oferta à demanda existente, empenhando-se no controle de capacidade de carga dos ambientes patrimoniais de importância históricos e diversificando a oferta de produtos e destinos. Tendo ainda a percepção da diversificação da demanda aparecendo novos tipos perfis de turistas que exigiam uma melhor qualidade.
O turismo entra como parte fundamental da agenda política de numerosos países que desenvolvendo políticas públicas focadas na promoção, no planejamento e na sua comercialização como uma peça clave do desenvolvimento econômico. Melhorando-se mejora a formação desenvolvendo planos de educação especializada. O objetivo de alcançar um desenvolvimento turístico sustentável mediante a captação de novos mercados e a regulação da sazonalidade.
Também as políticas a nível supranacional que consideram o desenvolvimento turístico como elemento importante como o Tratado de Maastritch em 1992 (livre tráfico de pessoas e mercadorias, cidadania européia,…), e em 1995 a entrada em vigor Schegen e se eliminam os controles fronteiriços nos países da UE.
Ocorre novamente um barateamento das viagens por via aérea por meio das companhias de baixo custo (Low cost) e a liberação das companhias em muitos países e a feroz competição das mesmas. Esta liberalização afeta a outros aspectos dos serviços turísticos como a gestão de aeroportos e sem duvida será aprofundada quando entrar em vigor a chamada Directiva Bolkestein (de liberalização de serviços) em tramite no Parlamento Europeu.






terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

VALOR DO PATRIMONIO NATURAL

A importancia do turismo rural









TURISMO RURAL






Como em toda atividade, o turismo no meio rural também possui aspectos positivos e negativos, ou seja, ele proporciona benefícios, mas também pode causar conseqüências que trazem problemas para a população local, O turismo rural propicia a valorização do ambiente onde está sendo explorado por sua capacidade de destacar a cultura e a diversidade natural de uma região, proporcionando a conservação e manutenção do patrimônio histórico, cultural e natural. Pode contribuir, neste sentido, para reorganização social e econômica local uma vez que proporciona benefícios diretos à população local que participa direta ou indiretamente das atividades relacionadas com o turismo.


Outra potencialidade inerente é a criação de mercado de consumo local para os ÇÇJ produtos de origem agrícola, oferecendo uma alternativa para complementar a renda das famílias rurais. Esse mercado pode ser explorado através de produtos característicos da região e que tenham qualidades diferenciadas em relação aos encontrados no comércio varejista tradicional. Como mostra SCHNEIDER E FIALHO (2000), um exemplo, já bem sucedido em várias iniciativas deste tipo, é a venda de produtos sem agrotóxicos que enfatizam as qualidades de consumo de alimentos naturais. Além disso, este tipo de produção, por requerer maiores tratos culturais e ocupar mais tempo de trabalho do agricultor, em geral, acaba se constituindo em um “nicho” cuja viabilidade se dá, em larga medida, embora não exclusivamente, em função dos preços mais altos pagos por consumidores de maior poder aquisitivo. Em um contexto onde se desenvolvem ações relacionadas ao turismo rural pode ocorrer uma aproximação quase direta entre o consumidor desses alimentos e o agricultor, o que favorece a ambos em termos dos preços praticados, que podem alcançar patamares mais razoáveis porque eliminam a fase de circulação das mercadorias.









A comunidade local, em geral, também é largamente beneficiada pelas iniciativas de expansão e consolidação do turismo no meio rural através da realização de obras de melhoria da infra-estrutura e pela criação ou aperfeiçoamento dos serviços oferecidos, tais como o saneamento básico, a pavimentação de estradas, o acesso às telecomunicações, a recuperação de áreas degradadas, a conservação de parques e reservas florestais, etc. (CAMPANHOLA e SILVA, 1999).


Segundo CAMPANHOLA e SILVA (1999), o aumento no fluxo de turistas em uma região que não está devidamente preparada para recebê-los pode causar danos ao meio ambiente como, por exemplo, no caso de uma pequena comunidade que não tenha rede de esgotos compatível com a população usuária (tanto a residente como os próprios visitantes). Neste caso, ocorre um aumento da poluição das águas pelo lançamento de dejetos nos rios, que em curto prazo de tempo pode, inclusive, provocar a redução das visitas de turistas em razão da degradação e da perda de atratividade.


Para SCHNEIDER e FIALHO (2000), pode-se dizer que em relação à comunidade local o turismo rural não sendo bem planejado, pode acarretar impactos negativos de várias formas. Em primeiro lugar, pode trazer a descaracterização da cultura local devido à modificação dos padrões de sociabilidade tradicionais decorrente da intensificação das relações mercantis e, sobretudo, pela ampliação da visão sócio-cultural dos mais jovens, que em muitos casos acabam se recusando a seguir as práticas culturais paternas como o folclore, a língua, etc. Em segundo lugar, a comunidade local é afetada pelo aumento do tráfego de pessoas e pela ampliação da mobilidade populacional, o que nem sempre pode ser agrada a todos.


Em terceiro, é notório que o turismo rural é seletivo em relação às áreas onde ocorre sua expansão. Assim, enquanto que em localidade esta atividade pode dinamizar a economia, em outras, no entanto, pode conduzir à depressão e à crise, acentuando os desequilíbrios regionais que acabam contrariando o próprio sentido da iniciativa. Uma quarta característica que poderia surgir com a expansão do turismo, seria o aumento da violência e do uso de drogas, típica de situações sociais de intensificação das relações humanas. Uma última conseqüência que pode ocorrer é o aumento do custo de vida das populações que residem permanentemente no local, especialmente os preços das atividades de prestação de serviços e do acesso à moradia.


Esses problemas podem causar fortes impactos sobre o ambiente local, embora possam ser contornados pela população local e pelo poder público através de intervenções conscientes e planejadas, devendo, portanto, ser recolhidas neste segmento como indicação de cautela e não de desestimulo.








Uma outra conseqüência da expansão do turismo rural em regiões com predomínio de pequenos produtores diz respeito a valorização das terras. Em momentos de expansão, muitos agricultores aproveitam a alta dos preços fundiários para venderem suas propriedades e migrar para trabalhar nas cidades. Entretanto, em função da seletividade do mercado de trabalho urbano, em poucos anos esses mesmos retirantes são forçados a voltar para o local de origem, mas não mais na condição de proprietários. Em um estudo sobre esta situação, TEIXEIRA (1998), constatou que na década de 80, em Friburgo no Rio de Janeiro, muitos dos ex-proprietários regressaram às suas terras para se empregar nas chácaras de recreio ou sítios de lazer, em que foram transformadas as propriedades, na condição de caseiros, auxiliares, vigilantes, pedreiros, etc.


Cabe ainda um último comentário sobre as possibilidades e efeitos do turismo rural em situações em que a população local beneficia-se muito pouco de sua introdução. De acordo com DIAS (2003:88), o turismo pode criar uma pressão muito grande sobre vários recursos locais, como a energia, o alimento e outros produtos que podem existir em quantidade suficiente para abastecer a população local. Um aumento da extração e transporte desses recursos aumenta os impactos associados com sua exploração. Devido ao caráter sazonal do turismo, muitas localidades têm um aumento excessivo no número de habitantes durante a alta estação em comparação com a baixa. Surge, portanto, uma alta demanda sobre os recursos locais para atender às expectativas que os turistas na maioria das vezes trazem (comida apropriada, água quente, potável, ar condicionado etc.).


Entre as categorias sociais que freqüentemente são as mais atingidas pelas influências negativas que o turismo rural pode trazer está o dos pequenos produtores rurais. No geral, devido à problemas de escala e acesso a recursos para reconversão ou integração, muitos agricultores familiares acabam encontrando dificuldades para participar do negócio turístico. É sabido que toda atividade comercial necessita, no início, de um investimento para poder participar do mercado criado pelo turismo. Mas os pequenos agricultores enfrentam obstáculos no acesso à programas de financiamento devido a falta de garantias para a tomada de crédito.


Outro fator limitador tem sido a incapacidade de vislumbrar a criação ou adequação de uma atividade ao turismo devido a sua tradição enraizada de agricultor. Além disso, a passagem muito rápida de uma atividade á outra, também pode se tornar prejudicial, pois alguns ingressantes na atividade turística optam por abandonar por completo a agricultura, ocasionando um aumento da dependência externa e no custo de vida familiar, sem mencionar a possibilidade de comprometer o abastecimento local de produtos agropecuários.


Assim, pode-se considerar essa atividade como sendo uma alternativa de desenvolvimento sustentável desde que haja a concepção e a implementação de ações integradas, necessitando da cooperação de vários agentes, pois o turismo rural não é uma atividade isolada.